Um grupo de ativistas realizou um protesto simbólico numa das zonas nobres de Lisboa para expor o contraste entre a atuação policial em áreas centrais da cidade e nas periferias habitadas por comunidades de imigrantes. A iniciativa teve como mote a manifestação “Não nos encostem à parede”, marcada para sábado, e chamou a atenção para práticas que consideram discriminatórias.
De braços e pernas abertas contra uma parede, os participantes recriaram a posição típica de uma revista policial. Um dos dirigentes do movimento Vida Justa destacou que esta ação simbólica reflete desigualdades gritantes: “Se no Casal da Mira (Amadora) estiverem cem pessoas duas horas encostadas à parede numa operação da polícia, é uma segunda-feira normal. Mas na Avenida de Roma seria um escândalo”, exemplificou.
Contexto do protesto
O protesto inspira-se numa ação da PSP que decorreu a 19 de dezembro na Rua do Benformoso, em Lisboa, e que foi amplamente criticada por associações antirracistas, partidos e dirigentes políticos. Segundo os críticos, a operação foi vista como um exemplo de discriminação racial e abuso de poder por parte das autoridades.
Os dirigentes do coletivo organizador, juntamente com outros ativistas, comportaram-se como se estivessem a ser revistados pelas forças policiais, chamando a atenção para a disparidade no tratamento das diferentes comunidades. Através deste gesto simbólico, o movimento espera mobilizar a população para participar na manifestação de sábado e exigir igualdade de direitos e justiça na atuação das forças de segurança.
Ações policiais: duas realidades numa só cidade
A iniciativa procura abrir o debate sobre os critérios das operações policiais e as suas implicações sociais, sublinhando a importância de garantir que todos os cidadãos sejam tratados com dignidade e respeito, independentemente do local onde vivem ou da sua origem.
(Fonte: Lusa)